Volume exportado pelo agro cresce; faturamento fica estável
Publicado em: 21/06/2019
Após atingirem volume recorde no ano passado, os embarques dos produtos
do agronegócio brasileiro se mantêm firmes em 2019. Segundo pesquisas feitas
pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP,
de janeiro a abril deste ano, as exportações dos produtos do agronegócio
brasileiro cresceram 8% em quantidade, frente às do mesmo período de 2018.
Já o faturamento em dólar se limitou a crescer apenas 0,3% no mesmo período.
Neste caso, pesquisadores do Cepea destacam que foi a queda dos preços
médios em dólar que não permitiu ao setor obter um faturamento maior no
primeiro quadrimestre deste ano. Além disso, a valorização da moeda nacional
reduziu a atratividade das vendas agrícolas brasileiras. Nesse cenário,
foi o volume exportado que manteve o faturamento em dólar do setor no início
de 2019 em patamar positivo.
Produtos exportados
Quando comparado o primeiro quadrimestre deste ano frente ao mesmo período
de 2018, o algodão em pluma foi o produto que registrou o aumento mais
significativo nos embarques, de 75%. As vendas externas de milho e café
também apresentaram crescimentos expressivos, de 42% e 32%, respectivamente.
Pesquisadores do Cepea indicam que o ano tem se apresentado promissor
para algodão, milho e carnes. Há expectativa de que as carnes continuem
apresentado aumentos nas vendas externas, principalmente para os países
asiáticos. No caso do algodão, exportadores brasileiros conquistaram a
segunda posição no ranking de vendas internacionais do produto.
Destinos
A China segue como principal parceira comercial do setor, mas tem uma
pauta muito concentrada nos produtos do complexo da soja, com destaque
para soja em grão.
A Europa é o segundo maior destino dos produtos agrícolas e os Estados
Unidos são o terceiro.
Países que compõem o grupo “outros” também têm participação significativa,
de 30%, nas exportações brasileiras totais, com destaque para os asiáticos.
2019
Este deve ser mais um ano de boa colheita de grãos, o que deve manter
elevada a disponibilidade dos produtos, tanto para consumo doméstico quanto
para exportação.
O exportador deve se manter atento à disputa comercial entre China e Estados
Unidos, tendo em vista que esse contexto favorece o Brasil, que pode manter
fatia maior nas exportações de produtos agrícolas à China, inclusive para
o mercado de carnes. Porém, os preços no mercado internacional têm caído.
Conforme o Cepea, há que se considerar também o efeito do câmbio. O Real
tem se desvalorizado com mais força nos últimos meses, o que ajuda a manter
a atratividade dos produtos brasileiros no mercado externo, favorecendo
o crescimento do volume exportado. Caso a moeda nacional se mantenha mais
desvalorizada, o faturamento em Real do setor pode continuar crescendo
em 2019.