Sojicultores baianos traçam estratégia de combate à ferrugem asiática

Além das ações práticas, a categoria intensifica o debate sobre o tema, com palestra de Maurício Meyer.


Publicado em: 05/09/2019

Convictos de que a prevenção é a melhor forma de combate à ferrugem asiática – doença que tem dizimado muitas lavouras de soja no mundo – a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) tem investido na conscientização dos seus associados, incentivando-os na adoção de práticas de manejo capazes de evitar ou reduzirem os impactos ocasionados pelo vírus causador desta patologia. Equipes técnicas da entidade estão sempre em alerta, coletando amostras em campo. Como se não bastassem as ações práticas, o assunto é pauta frequente de discussão, como a que aconteceu nesta terça-feira (3), durante palestra ministrada pelo pesquisador da Embrapa Soja, Maurício Meyer, especialista no tema.

O evento, promovido pelo Grupo Gestor do Programa Fitossanitário, lotou o auditório do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães (SPRLEM). Além de agricultores, também participaram agrônomos, técnicos agrícolas, gerentes de fazenda, consultores agronômicos, professores e estudantes.

O pesquisador da Embrapa Soja, Maurício Meyer, reforçou a importância do Programa Fitossanitário, que se tornou, há dois anos, referência nacional. “A ferrugem asiática é uma doença que não se permite erros para seu devido combate. Uma das principais estratégias de controle se dá através das medidas legislativas, propostas pelo vazio sanitário e a calendarização do plantio. Seu principal objetivo é que o inóculo da ferrugem se mantenha vivo durante a entressafra e plantas voluntárias. Isso envolve o esforço de todos, sobretudo, do produtor. A região depende economicamente da produção agrícola e essa é uma estratégia eficiente. Começar uma safra sem vestígios de fungos é fundamental”, ressalta o Dr. Pesquisador, Mauricío Meyer.

O coordenador do Programa Fitossanitário da Aiba, Armando Sá, endossou o palestrante. Segundo ele, os trabalhos de educação sanitária e conscientização do produtor são intensificados a cada safra. “Só através das visitas dos nossos técnicos às fazendas, a fim de orientar sobre a adoção de boas práticas do manejo de resistência, é que conseguiremos reverter esse quadro com a ajuda de todos os agricultores”, salienta enquanto solicita à categoria, presente no evento, a fazer a sua parte.

Identificada no Brasil desde maio de 2001, a ferrugem asiática é uma das principais doenças que afetam as lavouras de soja no mundo. Na Bahia, o primeiro caso foi registrado na safra de 2003/2004. De lá para cá, é comum o surgimento do fungo causador da doença, apesar dos esforços dos órgãos competentes para combatê-lo. Só nesta safra, mais de 70% das amostras coletadas em toda região foram positivas à ferrugem. Por isso, os trabalhos de educação sanitária e de conscientização do produtor foram redobrados.

O diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia, Adab, Celso Duarte Filho, falou sobre a importância da prevenção e do combate. “A função do órgão é detectar, monitorar e fazer com que a legislação se cumpra no estado da Bahia, e para que se cumpram essas determinações, a prática do vazio sanitário é de extrema importância para que se possa quebrar o ciclo da doença. Nossa intenção não é prejudicar o produtor com multas indevidas, mas, se faz necessário respeitar a legislação para que a cultura seja cada vez melhor e maior em aproveitamento de colheita”, conclui.

Durante o evento, números de safras, entressafras e porcentagens em relação às amostras coletadas na região foram apresentados. Foi ratificado também, durante todo o evento, a importância sobre o prazo final do vazio, determinado para o dia sete de outubro.

Aqui na região oeste, o produtor rural dispõe de dois laboratórios para análise das plantas: na Fundação Bahia, em Luís Eduardo Magalhães; e na sede da Adab, em Barreiras. Os casos suspeitos podem ser encaminhados para uma dessas unidades.

Havendo necessidade de comunicar casos de ocorrências, a Aiba disponibiliza um número exclusivo para o “disque tiguera”: (71) 99860-6464.


FONTES: Ascom Aiba / aiba.org.br



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