Safra de grãos poderá atingir 227,9 milhões de toneladas em 2017/2018
Área plantada cresceu 61 milhões de hectares, mais de 1%
Publicado em: 12/01/2018
A produção de grãos da safra 2017-2018 poderá atingir 227,9 milhões de
toneladas, recuando 4,1% em relação à safra passada – 237,7 milhões de
toneladas -, mas a área total de cultivo registra crescimento de mais de
1%, ultrapassando 61 milhões de hectares. O estudo da Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (11), é o 4º Levantamento
da Safra de Grãos 2017/2018.
Neri Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), está otimista.
“O clima é muito favorável, as expectativas estão melhores. Esse é o 4º
levantamento, e a cada pesquisa, registra-se crescimento. Estamos na expectativa
dessa tendência prosseguir nos próximos levantamentos. E aí estão os resultados,
a queda na inflação, muito em função da produtividade que acontece no campo
– feijão, arroz, a cesta básica caindo de preço em função da expectativa
da próxima safra”.
Com o plantio das principais culturas já encerrado, soja e milho seguem
atraindo a preferência do produtor, respondendo por quase 90% dos grãos
produzidos no País. Para a soja, com queda de 3,2%, estão previstas 110,4
milhões de toneladas contra 114,1 milhões toneladas do período anterior.
Na safra de milho total há expectativa de redução de 5,6%. Em 2017/2018,
poderão ser 92,3 milhões de toneladas em comparação com 97,8 milhões de
toneladas da safra anterior. A primeira safra, com números menores nesta
fase, poderá ser de 25,2 milhões de toneladas, enquanto a segunda poderá
alcançar 67,2 milhões de toneladas, registro próximo da produção passada
de 67,4 milhões de toneladas.
Neri Geller esclareceu que os estoques de milho estão elevados.
“No 2º semestre do ano passado, o Governo teve que fazer a subvenção da
garantia de preço mínimo com R$ 800 milhões porque a colheita foi muito
assentada na segunda safra. A produção seguirá alavancando a economia do
Brasil, ajudando a controlar, e muito, a inflação”.
Ainda de acordo com o estudo, o algodão apresentou melhor cenário com
aumento de 11,4% na produção da pluma, totalizando 1,7 milhão de toneladas
e elevação de 11,9% da área. Esse aumento, somado ao da soja, favoreceu
a ampliação do total de área plantada. O algodão marca números acima de
1 milhão de hectares, enquanto a soja, com maior liquidez e melhor rentabilidade
em relação a outras culturas, tende a uma elevação média de 3,2%, podendo
alcançar 35 milhões de hectares.
Na produtividade, considerando-se que ainda há culturas em fase de plantio,
os números têm como base a sobreposição dos rendimentos apurados nas pesquisas
de campo com o acompanhamento agrometeorológico-espectral realizado pela
Conab. A soja indica produtividade menor: 3.156 kg por hectare contra 3.364
por hectare da safra anterior.