Projeto apoiado pela Abapa que enviou algodão baiano ao espaço é o grande
vencedor de prêmio nacional
Os quatro estudantes do distrito de Roda Velha, oeste do Estado venceram
a competição, após sete meses de pesquisas, trabalho e muito envolvimento
Publicado em: 05/12/2019
A comemoração foi grande entre os estudantes Alyne, Isadora, Luiz Carlos
e Wendell, da Escola Maria Edith Rodhen, em Roda Velha, município de São
Desidério no Oeste da Bahia, ao receberem a confirmação de que foram os
grandes vencedores do Projeto Garatéa, gerido por instituições como a Universidade
de São Paulo (USP), Ministério da Ciência e Tecnologia e que tem como conselheiros,
representantes da NASA. Após sete meses de muito estudo e sob a orientação
incansável da professora Daysa de Azevedo, o projeto de pesquisa ‘Viabilidade
da resistência da fibra do algodão em altos índices de radicação solar
quando submetido a ambiente estratosférico’, confirmou o primeiro lugar
na competição nacional.
Com o apoio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), os
alunos realizaram toda a pesquisa necessária e a viagem até a cidade de
São Carlos (SP), em agosto passado, quando apresentaram a proposta a uma
banca composta por 38 professores da USP e da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCAR). A parte mais aguardada, foi o lançamento, em uma sonda
espacial, do algodão colhido em terras baianas, ao espaço. O objetivo foi
comparar como a fibra se comporta quando exposta a condições extremas.
Outras duas amostras foram submetidas a diferentes situações. Uma ficou
no laboratório, em ambiente estável, e outra, foi mantida na escola e exposta
ao sol, por 15 minutos, durante 30 dias. Os resultados surpreenderam a
equipe e aos professores da banca.
“A sonda permaneceu cerca de 38 minutos em ambiente estratosférico, caiu,
foi resgatada e o experimento encaminhado ao Centro de Análises de Fibra
da Abapa, o maior da América Latina, onde passou por minuciosa análise.
O resultado foi um engrossamento da fibra e aumento da viabilidade genética,
porém, perdeu brilho e coloração. O relatório final foi enviado para a
USP, para a última avaliação”, explica a professora Daysa.
A equipe representante do Oeste da Bahia conquistou o 1° lugar nacional
com o melhor experimento técnico, melhor engajamento social e melhor metodologia
científica, além da premiação especial de melhor apresentação em equipe
e individual do projeto. Uma vitória bastante comemorada. “Ganhar o primeiro
lugar, em uma olimpíada que teve projetos de diversas regiões concorrendo,
é muito importante para nós. Acredito que essa experiência nova, que tem
proporcionado grande crescimento para os participantes, vai abrir novos
horizontes e nos encorajar a desenvolver coisas ainda maiores no futuro”,
destaca a aluna Aline Lima.
A entrega dos certificados da competição mobilizou familiares e amigos
dos estudantes na escola, na quinta-feira (28). O presidente da Abapa Júlio
Cézar Busato participou do momento. “São iniciativas como esta que nos
dão certeza de que a educação é o caminho para que as mudanças ocorram.
Estes jovens são exemplos para outros alunos que com garra e estudo se
chega longe. Para a Abapa é uma satisfação fazer parte desta história de
sucesso, continuaremos apoiando idéias e projetos nestes formatos. Parabéns
a equipe, uma equipe de muita fibra”, disse o presidente.
Medalhistas e o acesso a universidades – A participação de estudantes
do Ensino Médio em competições nacionais pode garantir aos acumuladores
de medalhas, o acesso, sem vestibular ou Enem, aos bancos de algumas das
principais universidades do Brasil. A ideia pioneira é da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) que já reserva vagas para os medalhistas
bem-sucedidos. Estão em via de adesão também a Estadual Paulista (Unesp)
e a USP. Um estímulo a mais para os estudantes se engajaram em projetos
de pesquisa que garantam acesso ao ensino superior.
FONTES: Assessoria de imprensa da Abapa /
aiba.org.br