Estudo revela que 52,1% do território do oeste baiano têm vegetação nativa preservada
Publicado em: 30/05/2018

Com uma das agriculturas mais tecnificadas e produtivas do mundo, os produtores do oeste da Bahia vêm se mostrando líderes em outra área. Na tarde desta terça-feira (29), ficou evidenciado o papel da categoria na preservação do cerrado baiano, tema do Fórum do Canal Rural, realizado no auditório da Fundação Bahia, em Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia. Apesar de a feira ter sido adiada para o período de 05 a 09 de junho, foi mantida a data do tradicional evento, transmitido ao vivo pela Tv e Internet. O Fórum contou com a participação de telespectadores e internautas de todo o Brasil.

Durante a transmissão, foi divulgado, em primeira mão, um estudo da Embrapa Monitoramento por Satélite que mostra que 52,1% da área dos produtores rurais são destinadas à preservação do meio ambiente por meio de Reserva Legal, Área Preservação Permanente (APP´s) e vegetação excedente preservada além do que exige o Código Florestal. “Se convertermos isso em valores, o patrimônio fundiário preservado por estes produtores pode variar de R$ 11 a R$ 26 bilhões, a depender se é o preço da terra com ou sem produção agrícola. Qual a categoria profissional que imobiliza essa quantia para o meio ambiente?”, questionou o chefe da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, ao mostrar que os números reforçam a real contribuição do agricultor na preservação do bioma.

Ao integrar o debate, o pesquisador da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), Luís Gustavo Amaral, reforçou a importância de estudos, como os da Embrapa, que possam aprofundar o conhecimento e desmistificar alguns preconceitos. “O bioma do oeste da Bahia possui suas particularidades, e um amplo estudo também está em andamento na região sobre a capacidade de infiltração da água no solo, com base nesses resultados é possível gerenciar melhor as práticas agrícolas em relação ao meio ambiente. O bom aproveitamento, exploração adequada aliado ao conhecimento técnico garantirão a preservação do bioma e acesso da população aos alimentos, e a melhores condições de vida”, afirma, ao citar o Estudo do Potencial Hídrico do Oeste da Bahia, que visa mensurar, por meio de estudos de solo, clima, chuvas e rios, a capacidade de recarga do Aquífero Urucuia.

Segundo o pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Fernando Pruski, até 2050 a produção mundial de alimentos precisará aumentar em 50% para acompanhar o ritmo de consumo e crescimento da população. “Nesse contexto, o cerrado se apresenta como um forte espaço e a irrigação na agricultura poderá ser utilizada com base nas disponibilidades e nas demandas. Ao estudar o potencial hídrico da região, pretendemos garantir a segurança hídrica e alimentar, proporcionando aos pequenos, médios e grandes produtores o direito de produzir mais com menos impacto ambiental, através de uma irrigação eficiente”, reforça ao citar que a pesquisa é fruto de uma parceria da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e o Institute Water For Food da Universidade de Nebraska, nos EUA.

Sob o comando do jornalista Márcio Fernandes, o Fórum contou com a presença dos presidentes das duas associações responsáveis pelo estudo, Celestino Zanella, da Aiba, e Júlio Cézar Busato, da Abapa. “A Bahia Farm Show não é só uma feira de negócios, mas um evento que busca dar andamento a várias ações e disseminação de conhecimentos, uma parceria entre entidades que buscam a valorização do agronegócio, com respeito ao meio ambiente e a conservação dos recursos hídricos existentes”, avaliou Zanella que também preside a feira.


FONTES: Araticum / aiba.org.br



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