Custos de produção da soja e do milho sobem 50% em 12 meses

Os custos de produção da soja e do milho subiram 50% nos últimos 12 meses. É o que mostra levantamento de custos divulgado nesta terça-feira (24) pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), com base nos preços dos insumos, máquinas e implementos, entre outros, em 1ª de agosto de 2021.


Publicado em: 25/08/2021

O cálculo indica que, para cultura do milho, o produtor terá uma elevação de 52,01% em relação à safra passada. Com isso, o custo operacional ficou em R$ 5.456,49 por hectare, aumento de R$ 1.884,04 por ha. O custo total de produção é de R$ 7.653,15 por hectare, valor superior em R$ 2.618,57 por hectare. Apesar da inflação dos custos, a relação de troca, neste mês de agosto de 2021, está mais favorável em relação às últimas quatro safras, desde a temporada 2016/2017.

Para que o produtor possa cobrir o custo, segundo levantamento da federação, ele terá que produzir 60,70 sacas de milho por hectare ao preço de R$ 89,90 a saca, ou seja, 16,69 sacas a menos que na temporada anterior, e vai precisar colher 85,13 sacas para cobrir o custo total de produção, uma redução de 21,95% por hectare. Foi considerado no estudo uma tecnologia alta para o milho e a produtividade considerada é de 160 sacas por hectare, isso devido ao preço aquecido do milho no mercado.

SOJA

Em relação a soja, os produtores terão uma elevação de custo total de produção de 48,45% e no desembolso aumento de 53,46%. Com isso, precisarão colher 24,06 sacas de soja por hectare para cobrir os gastos operacionais da oleaginosa, 17,56% a mais para pagar a conta. Quanto ao custo total, os agricultores devem produzir 35,58 sacas por hectare para equilibrar os gastos, um aumento de 13,72% na relação de troca em comparação à safra passada. Os produtores vão enfrentar um custo, para pagar o desembolso da soja, de R$ 3.657,80 por hectare. O custo total de produção ficou em R$ 5.408,23 por hectare, considerando produtividade esperada de 60 sacas de soja por hectare.

Segundo o economista da FecoAgro/RS, Tarcísio Minetto, os significativos aumentos de custos são reflexo da elevação dos preços, principalmente dos fertilizantes, máquinas e equipamentos agrícolas, combustível e demais insumos relacionados a produção. Em alguns casos, a alta superou 100% e foi mais sentida por quem deixou para comprar os insumos perto do plantio. Além disso, as cotações também foram pressionadas pela falta de alguns insumos no mercado.

Apesar da inflação dos custos agrícola, o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, avalia que o momento é favorável ao setor diante da manutenção dos preços aquecidos no mercado. O que se observa, assinala, é uma piora na relação de troca no caso da soja em relação à safra passada, que foi excepcional.

“A maioria dos produtores está se planejando e adquiriu os insumos antecipados, no início de 2021 e final de 2020, quando a relação de troca era mais favorável. Portanto, terão um custo menor. Mas preocupa aqueles que deixaram ou não puderam comprar antecipadamente por vários fatores e arcarão com custos maiores”, observa.


FOTO: Fagner Almeid/Divulgação
FONTE: agroemdia.com.br



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