Abrapa pleiteia crédito para fluxo de caixa no Plano Safra 2019
Recorde de produção e exportações da pluma aumentou o tempo de embarques
e recebimento para o algodão enviado ao mercado internacional
Publicado em: 02/05/2019
A estimativa de um novo recorde na produção brasileira de algodão na safra
2018/2019, de 2,8 milhões de toneladas de pluma, com previsão de embarques
de 2,1 milhões de toneladas, acende o alerta dos produtores da commodity
para a necessidade de crédito adicional para fluxo de caixa. Isso porque
o incremento de cerca de 51% no volume exportado alonga o tempo de comercialização
da pluma, que deixa de ser concentrado no segundo semestre para ser distribuído
nos doze meses do ano. A falta de liquidez atrapalha os investimentos para
a safra seguinte e os compromissos do produtor. A preocupação levou a Associação
Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) a pleitear junto ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a inclusão no orçamento
do Plano Safra 2019 de um montante de R$1 bilhão para a contratação de
Empréstimo do Governo Federal (EGF). Na última quarta-feira (24), o vice-presidente
da Abrapa, Júlio Cézar Busato, e o diretor-executivo da entidade, Marcio
Portocarrero, entregaram uma carta à ministra Tereza Cristina, argumentando
a necessidade da disponibilização dos recursos.
“Produzindo cada vez mais e melhor, transformamos o Brasil, de um país
que importava algodão na década de 80, no segundo maior exportador mundial
da pluma, com tudo o que isso representa de geração de divisas, de superávit
na balança comercial, emprego e renda”, defende Busato. Segundo ele, o
alongamento no fluxo das exportações, que antes era concentrado no segundo
semestre, se dá em decorrência da logística dos embarques, que depende
da disponibilidade de linhas marítimas, contêineres e do tempo de operação
dos armadores.
“O cotonicultor que, tradicionalmente, recebia os valores comercializados
pelo seu algodão no período da colheita e nos meses imediatamente subsequentes,
terá de se adaptar para receber mais espaçadamente, ao longo do ano. Mas
isso é muito difícil, pois existe um calendário agrícola que precisa ser
cumprido no tempo certo. Por isso, o crédito antecipado é tão importante”,
disse o vice-presidente da Abrapa, que também é presidente da Associação
Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). De acordo com Marcio Portocarrero,
a contratação dos EGF deverá ocorrer de agosto a dezembro de 2019, com
vencimento fixado para julho de 2020. “Propomos que os juros sejam iguais
aos do crédito rural, tendo como garantia o produto”, conclui.
FONTES: Assessoria de Imprensa Abrapa /
aiba.org.br